O inverno dos pets – como garantir a sua saúde e bem-estar nas estações mais frias

De acordo com os meteorologistas, as estações mais frias neste ano de 2022 prometem seguir a tendência dos últimos anos, mantendo assim uma queda relativa da temperatura média, com direito a frentes frias esporádicas mais agudas que vão avançar pela costa do Sul e Sudeste no país. Nesse cenário, nossa rotina acaba sendo a mesma de todos os anos, nos protegendo do frio com roupas mais quentes, consumindo alimentos como sopas e caldos com maior potencial de nos aquecer e, claro, tomando cuidado com infecções e doenças respiratórias que circulam com mais facilidade em lugares fechados. Contudo, como ficam os nossos pets neste cenário? Por terem pelagem, precisam mesmo se proteger do frio? Doenças respiratórias também podem afetá-los durante essa época do ano? Buscaremos todas as respostas neste artigo.

Apesar da pelagem, cachorros e gatos também sentem frio, o que pode ser notado a partir do seu comportamento em dias mais gelados, quando se encolhem embaixo dos cobertores e dormem por mais tempo. A temperatura corporal média de um canino chega a 39º C, próxima a dos felinos, que costumam ficar na casa dos 38º C. No entanto, variações na capacidade de sentir frio variam entre os animais por fatores como:

  • Densidade da pelagem: quanto mais densa e grossa, maior seu potencial de reter calor.
  • Idade do animal: pets filhotes e idosos não conseguem regular sua temperatura corporal com eficiência em razão do seu metabolismo diferenciado, podendo ter quedas mais bruscas.
  • Taxa de gordura corporal: raças com maior taxa de gordura corporal têm maior capacidade de reter calor devido à camada adicional de gordura que fica entre a pele e músculos.
  • 4 – Estado de saúde: pets com a saúde debilitada podem ter maior dificuldade com a regulação da temperatura corporal.

Levando em conta todas essas variáveis, fica evidente que mesmo com a maior capacidade de lidar com o frio encontrada em algumas raças e durante certas fases da vida dos pets, cuidados precisam ser tomados durante os dias mais frios para que eles não sofram com as consequências disso, sendo uma delas o maior potencial de contrair doenças comuns em épocas mais frias, como a gripe canina, uma das enfermidades mais comuns nesse período.

A Traqueobronquite Infecciosa, conhecida como Gripe Canina, é causada pelo vírus H3N8 e, por mais que não possa ser transmitida de cachorros para humanos, é altamente contagiosa entre os cães, podendo ser transmitida por contato direto com animais infectados através das secreções respiratórias e contato com objetos contaminados, como brinquedos, vasilhas e tecidos.

Entre os sintomas estão a tosse, coriza, espirros, febre e, em pacientes com saúde mais frágil, a doença pode evoluir para uma grave pneumonia.

Outro risco aos pets nesse período é a Rinotraqueíte Viral Felina, uma doença respiratória provocada pelo Herpesvírus Felino Tipo 1, que não atinge humanos mas é altamente contagiosa entre os felinos.

Sua transmissão ocorre pelo contato com as secreções nasais, lacrimais e pela saliva. Entre os sintomas estão os espirros, perda de apetite, febre e inflamação nos olhos, com alguns casos de corrimento nasal e ocular, tendo uma fase aguda que inclui rinite, conjuntivite, úlceras de córnea, secreção nasal, tosse, lesões com crostas no nariz e na face, úlceras na boca, salivação, depressão e febre.

Como ambas doenças são provocadas por vírus, não possuem tratamento após contaminação, se não por meio de medicamentos que vão ajudar a tratar os sintomas. Contudo, felizmente para a prevenção de ambas, tanto a Gripe Canina quanto a Rinotraqueíte Viral Felina possuem vacinas.

Os cães devem receber a primeira vacina da gripe com cerca de 80 dias de vida, ou seja, ainda filhotes. A partir disso, sempre com reforços anuais. Existem dois tipos de vacina da gripe canina: a injetável e a intranasal, sendo a primeira aplicada em duas doses na primeira vez em que o cão não é vacinado, e a segunda aplicada em gotas, no nariz do animal, em apenas uma dose.

Já os gatos devem receber duas ou três doses da vacina polivalente também filhotes, a partir dos 45 dias de vida. Reforços anuais também podem ser necessários.

Além da vacinação para prevenir o contágio de doenças comuns no inverno, cuidados com a alimentação e banho dos pets também são importantes de serem tomados.

Como no inverno a quantidade de calorias utilizada pelos animais para se manterem quentes é maior, precisarão também de uma maior ingestão de calorias, o que pode ser conseguido por meio de rações mais nutritivas, com maior quantidade de bons carboidratos e proteínas.

Quanto ao banho, mesmo os realizando em dias mais frios e com a ajuda de um secador, sua frequência pode diminuir, sendo espaçado em maiores intervalos tendo em vista o maior tempo de secagem da pelagem do animal em dias mais frios. Por conta disso é fundamental adotar cuidados alternativos com os pets no frio. Entre eles, trocar sempre as cobertas, limpar a casinha e manter os potes de comida e água sempre higienizados.

Vale também reforçar que se mesmo com a adoção de todos esses cuidados durante as estações mais frias, o pet ainda apresentar sinais de que não está bem, não deixe de visitar o veterinário. Somente um profissional poderá avaliar e diagnosticar com precisão qual o quadro de cada pet, garantindo assim mais qualidade de vida e saúde para o seu companheiro de quatro patas.


Fontes

https://tempoagora.uol.com.br/noticia/2022/06/20/previsao-para-o-inverno-2022-regiao-sudeste-do-brasil-5969#:~:text=Ao%20longo%20do%20inverno%20de,caracterizadas%20como%20ondas%20de%20frio
https://wp.ufpel.edu.br/labvir/informacoesuteis/papilomatose-bovina/rinotraqueite/
https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-cientifica/article/view/227

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